No Ceará, o Ministério Público do Trabalho (MPT) registrou dois casos de assédio eleitoral
Neste período de eleições circularam nas redes sociais, principalmente em aplicativos de mensagens, vídeos em que empresários aparecem oferecendo dinheiro a mais e, em um caso específico, até um 15ª salário para funcionários caso seu candidato de preferência ganhe as eleições para presidente em 2022. Isso é crime e pode ser enquadrado como assédio eleitoral.
No Ceará, duas denúncias desse tipo de crime foram registradas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (11). Em todo o País, o órgão trabalhista registrou 173 casos de assédio eleitoral.
Segundo Adriane Reis de Araujo, procuradora do MPT e coordenadora Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho, os números têm aumentado, mas há ainda há subnotificação, muitas vezes por medo.
FUNCIONÁRIA OBRIGADA A FAZER CAMPANHA NO CEARÁ
A procuradora cita que as denúncias mais comuns são de “anúncios em reuniões de trabalho”. É o caso de uma funcionária contratada de uma prefeitura no Ceará. Ela, que tem contrato temporário, relatou à TV Verdes Mares que antes do início da campanha ocorreram reuniões para alinhar o apoio a determinados candidatos.
A mulher, que pediu para não ser identificada, era obrigada a fazer campanha tanto para deputado estadual quanto para deputado federal.
“Na época da campanha, sempre que tinha algum evento político a gente era solicitado a estar nesse local, tirar fotos e publicar. Quando a gente não ia, ficava aquela situação chata. Nos primeiros momentos eu estava indo bastante, porque fiquei com medo de não ir e acontecer alguma coisa com meu emprego”, diz.
De acordo com a trabalhadora cearense, tanto ela como muitos de seus colegas não denunciaram por medo de perderem os empregos. Ela conta que se sentia “obrigada” a comparecer aos eventos: “É bem comum acontecer isso durante as eleições com profissionais contratados. É tudo muito incerto, e como meu contrato é temporário a gente realmente sente medo de denunciar”.
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